IMPULSOS – QUE LIVRO É ESSE?
IMPULSOS é um livro que reúne mais de 300 textos curtos. A maioria deles têm o tamanho de uma página. Eles falam da realidade brasileira e da fé cristã.
Motivado pelos 200 Anos de Imigração Alemã, que festejaremos em 2024, traduzi os primeiros 30 textos para o Dialeto Teuto Brasileiro, o Hunsrück, assim como é falado no Vale do Taquari e em outras regiões. Depois, também gravei esses 30 primeiros textos em áudio para quem prefere ouvi-los. O livro mostra como isso funciona, e eles podem ser ouvidos, a partir de meados de janeiro.
Escrevi os IMPULSOS na forma de fábulas e parábolas, de lendas e biografias, de ilustrações e comparações, para que a leitura seja agradável.
Introdução
Trago 300 Impulsos encharcados de realidade brasileira e convido-te para
descansar os passos, ler uma página e seguir a trilha com novo fôlego.
Motivado pelos 200 Anos de Imigração Alemã, traduzi os primeiros 30 textos
para o dialeto teuto-brasileiro e também os gravei em áudio para quem prefere
ouvi-los.
Não sou neutro, porque meus textos trazem a cor da minha teologia, e minha
teologia passa a cor para minha ideologia e para meu posicionamento político.
Eu ainda andava em calças curtas quando apareceram lá em casa dois turistas,
de caiaque nas costas, e queriam saber como chegar à cachoeira.
– Queremos aproveitar esse tempo bom, de sol radiante, para descer o rio.
– Com essa seca – respondeu o pai –, nós, agricultores temos tempo bom quando chove.
Muitos anos depois, o Bispo Desmond Tutu comentava o racismo secular, escandaloso e cruel que havia na África do Sul e falou:
– Onde existe opressão, quem se diz neutro coloca-se ao lado dos opressores.
Com essas palavras, o Bispo Tutu confirmou o que eu tinha aprendido com os
turistas: A neutralidade não existe porque enxergamos o mundo que nos cerca,
as coisas que acontecem e os textos que lemos, inclusive os textos bíblicos,
sob a perspectiva dos nossos próprios interesses e dos interesses dos grupos
humanos ou das classes sociais, com as quais nos identificamos. Entendi que
olharemos para a selva com os olhos dos madeireiros quando temos os mesmos interesses que eles. Mas sofremos com o tombo de cada árvore quando
nos identificamos com os povos indígenas e com os protetores da natureza.
Sabendo que não sou neutro, procuro tirar a máscara da neutralidade para assumir minha posição. O leitor e a leitora vão perceber que vejo a realidade que
me cerca com os olhos das classes sociais e dos grupos humanos que foram os
perdedores no transcorrer da história do Brasil.
Convido-te para acolher meus textos como Impulsos e refletir comigo os diferentes assuntos que abordo.